Total de visitas: 8202

Teoria das Cores

Teoria das Cores

Uma apreciação correta do que as cores representam no dia de hoje requer um conhecimento dos trabalhos anteriores, de outros pesquisadores de época. Como também o estudo dos contextos filosófico, tecnológico e social nos quais eles fundamentaram as suas pesquisas. Apenas assim, podemos adquirir uma boa ideia do caminho percorrido e justificar esta informação mencionada.

O percurso sobre o Mundo das cores, remonta há muitos séculos atrás, iniciando-se com a mais antiga teoria sobre cores que se tem notícia. Esta foi da autoria do filósofo grego Aristóteles. Este concluiu que as cores eram uma propriedade dos objectos, ou seja assim como qualquer outra característica, estes também tinha cores. E estabeleceu-as como sendo as principais seis, o vermelho, o verde, azul, amarelo, branco e preto.

Na idade média, o estudo de cores sempre foi influenciado por aspectos psicológicos e culturais. Aqui foram reduzidas as cores tidas como principais e que vigoravam até à data, para apenas três cores básicas, o vermelho, o ametista e o conchífera. Já mais tarde, o artista Leon Battista Alberti, afirmou que seriam quatro as mais importantes, o vermelho, verde, azul e o cinza.

No entanto o primeiro a opor-se vivamente à ideia apresentada por Aristóteles, foi Leonardo Da Vinci, ao afirmar que a cor não era uma propriedade dos objectos, mas da luz. Havia uma concordância ao afirmar que todas as outras cores poderiam formar-se a partir do vermelho, verde, azul e amarelo. Afirmou ainda que o branco e o preto não são cores mas extremos da luz. Este foi o primeiro a observar que a sombra pode ser colorida. Mais do que cores, empregava o sombreamento através de um estudo de intensidade e volume.

Segundo Cibelle Silva e Roberto Martins (2003) Sir Isaac Newton, em 1672 foi o primeiro a publicar um estudo intensivo e a verdadeiramente dedicar-se sobre este tema a quase tempo inteiro, acreditava na teoria corpuscular da luz (posteriormente, provou-se que a teoria de Newton não explicava satisfatoriamente o fenómeno da cor, apesar disso, Newton fez importantes experimentos sobre a decomposição da luz com prismas e acreditou que as cores eram devidas ao tamanho da partícula de luz).

Este concluiu que a luz resultava de uma mistura heterogénea de raios com diferentes refrangibilidades, ou seja, para Newton a luz branca do Sol  tal como a conhecemos era resultado de muitos raios diferentes aos quais é associados uma cor diferente. Esta teoria foi assente numa experiencia que serviu de base á mesma. A experiencia assentou na passagem de um feixe de luz solar através de um prisma, na qual Newton notou que os raios reflectidos se apresentavam de várias cores como um arco-íris.

Mais tarde como forma de consolidar a sua teoria, Newton realizou uma segunda experiência fazendo passar um feixe de luz solar desta vez por dois prismas que lhe permitiu verificar que além de obter o espectro colorido aquando da passagem pelo primeiro prisma, este também conseguiria obter o desvio de cada cor e que a soma de todas as cores resultaria na cor branca.

Nos dias de hoje é aceite globalmente que existem três pigmentos básicos (amarelo, vermelho e azul), e são estes que são ensinados e tidos como correctos. A pessoa que chegou a esta afirmação científica, foi um senhor chamado Le Blon, no século XVIII.

Nesta senda de estudar as cores, o senhor que se seguiu foi Johann Wolfgang Goethe no século XIX. Este dedicou trinta anos da sua vida a tentar determinar o que considerava a sua obra máxima: um tratado sobre as cores que poria abaixo a teoria de Newton. Ele realmente descobriu aspectos que Newton ignorara sobre a fisiologia e psicologia da cor. Observou a retenção das cores na retina, a tendência do olho humano em ver nas bordas de uma cor complementar, notou que objectos brancos sempre parecem maiores do que negros. Porém as observações de Goethe em nada feriam a teoria de Newton, suas explicações para os fenómenos eram muitas vezes insatisfatórias e ele não propunha nenhum método científico para provar suas teses. Assim sendo, a sua publicação "A teoria das cores – de Goethe" caiu em descrédito na comunidade científica.

Os últimos autores a dedicarem-se profundamente ao estudo da teoria das cores, e a fazer experimentações, criando verdadeiras doutrinas, são autores como Johannes Itten e Paul Klee.

Segundo Cibelle Silva e Roberto Martins (2003), actualmente, o estudo da teoria das cores que se pratica divide-se essencialmente em três diferentes objectos de estudo, que no geral se relacionam: cor física (óptica física), a cor fisiológica (óptica fisiológica) e a cor química (óptica físico-química). O que acresce de tudo sobre este tema já estudado, são as ondas electromagnéticas transmitidas.